sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Água - Um bem precioso

Desde que o ser humano se organizou em sociedade, há milênios, ele vem utilizando o meio ambiente como fornecedor de recursos, ou seja, energia e matéria, e igualmente como assimilador de dejetos. A sociedade humana pode ser comparada a um organismo vivo com inúmeras facetas e como tal retira energia e matéria do meio externo e as emprega para se manter, crescer e evoluir.

Respeitando as leis da termodinâmica, tanto a energia quanto a matéria, após serem utilizadas, são devolvidas degradadas ao meio externo, na forma de energia dissipada, resíduos, dejetos e poluição. Esse fluxo de energia e matéria tem sido a base do funcionamento e do desenvolvimento da sociedade humana em nosso planeta.

Por muitos e muitos anos isso aconteceu sem nenhum problema, porém, a partir da metade do Século XX, a economia mundial cresceu de forma bastante acelerada, aumentando excessivamente o ritmo de extração de recursos naturais, assim como o de emanações de dejetos, o que tem sido fonte de crescente preocupação.

A água é, certamente, o recurso natural mais abundante em nosso planeta e tem sido um dos mais afetados, tanto pelo consumo excessivo quanto por problemas causados pela deterioração de sua qualidade. Estima-se que nos últimos vinte anos a oferta de água limpa disponível para cada habitante de nosso planeta diminuiu 40. Além disso, a qualidade da água tem se deteriorado de maneira crescente. As principais formas de poluição da água ocorrem pela presença de microrganismos causadores de doenças e mortes, de matéria orgânica e nutrientes, tais como fósforo e nitrogênio, e ainda de compostos orgânicos persistentes e de metais pesados.

Os químicos ambientais têm dedicado esforço considerável na elucidação do comportamento, da dinâmica e dos efeitos dos poluentes presentes nos ambientes aquáticos.

Metais pesados, tais como mercúrio, chumbo, crômio, cádmio e cobre, entre outros, são muito utilizados na indústria e em outros setores de atividades. Em função disso, aportam em sistemas aquáticos por várias fontes e espécies. A forma físico-química como um metal se apresenta é chamada de especiação química e os mecanismos que governam a especiação são importantes porque ela controla aspectos como a disponibilidade biológica e a toxicidade do metal. No caso do mercúrio, por exemplo, os compostos organomercuriais são muito mais tóxicos para mamíferos que os sais simples de Hg+2 pois apresentam características não-polares e podem ser bioconcentrados em tecidos biológicos. Assim sendo, a especiação química é um assunto da maior relevância, na medida em que tem implicações em uma das áreas mais importantes da Química Ambiental moderna, que é a toxicologia humana e ambiental, ou seja, a ecotoxicologia.

Todos esses avanços buscam garantir que a água seja efetivamente utilizada de forma sustentável, uma vez que esse recurso é vital para a sobrevivência da sociedade humana no futuro.
Fonte:
Dr. Marco Grassi - Mestre em Química Analítica e Doutor em Química Ambienteal.

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